3.8.05

agora

as lágrimas escorrem invisíveis pelo meu rosto.
o depósito de sofrimento não baixa.
é necessário.
se-lo-á sempre.
que o sabor a sangue seja apreciado pela minha pele.
a salgema do meu peito jamais derreterá.
a secura das minhas palavras jamais poderá ser regada com o néctar da minha alma.
pois a minha alma não me pertence.
arranqueia a sangue quente.
sangue que borbulhou num tacho, dias e dias. até secar todas as artérias.
Paralisei.

e agora aqui. Sinto
no meu corpo já não há espaço.
a pena de mim própria tomou conta do meu invólucro.
já nem o cheiro sinto.

Paralisada em pensamentos.
assim vivo, ou Sobrevivo.