5.9.05

o meu jardim

no jardim dos mármores encerados
Ardo,
num fogo sem chama.
num fio de navalha Suíça deslizo.
e caio.
escorre em fio de pingo de chuva, ódio, amor, raiva, Saudade.
chapa amolgada, cama de hospital.
divagações várias.
acordes mal aplicados.
setas triplas me atravessam.
atravessam a carne já morta,
que podre, vai caindo em pedaços.
no fim. Deusa imensa.
Rainha de Arame.
desfruto.
do meu tesouro de rosas secas e muito abertas.
Mergulho.
no meu perfume a sangue seco.
no meu castelo de areia seca e deslavada.
vivo, ou sobrevivo, talvez apenas habite o meu jardim.