21.11.05

Desejos

Por vezes olho para as mãos.
A sensação que me faltam dedos é frequente.
Vejo-me no espelho,
Os olhos castanhos do espelho observam-me.
Nada é como d'antes.
Fisicamente, pertenço aqui.
Mentalmente vagueio em todo lado menos aqui.


Adoça-me os sentidos,
Trinca-me fortemente as costas.
Está-la os dedos nas minhas pernas.
Arranca-me a língua com prazer.
Com linha vermelha matizada cose-me os lábios,
De uma ponta à outra.
Sem falhas.