29.11.06

Rasgo-me do peito até à pele.
Sinto as minhas unhas a perfurar e a fendilhar os meus músculos.
Depois a massa gordurosa que me cobre.
E finalmente a derme e a epiderme. Até chegar ao exterior e finalmente, respirar.
Respirar um ar mais bafiante e desoxigenado que o sangue seco que me escorrega nas veias.
Nas veias pelas veias e até ao veio da abertura por onde saio de dentro de mim. Começo pelos braços, estalo o pescoço até ver dolorosamente o mundo. Pressiono a minha bacia e ergo a cinta, as pernas e os pés com que piso a minha carcaça reutilizável e pouco útil.
Liberto-me e deixo-me para trás.

É pena que tudo se tenha passado dentro do interior de mim.

7 Comments:

Blogger Göttlicher Teufel said...

muda-se o interior, pra que o exterior, melhore

sábado, 02 dezembro, 2006  
Anonymous Anónimo said...

sinto-me como se estivesse nocinema e a ver um filme daqueles cheios de efeitos especiais... mas consigo imaginar a cena ate ao fim e axo que faz sentido...
**

segunda-feira, 04 dezembro, 2006  
Blogger Embrulhado em Luto said...

Tu fizeste-me sentir...

quinta-feira, 07 dezembro, 2006  
Blogger Lord of Erewhon said...

Posta mas é qq coisita... ;)

Dark kiss.

sexta-feira, 09 fevereiro, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Gostei muito do que li... escreve mais!

Agonia

terça-feira, 26 junho, 2007  
Blogger Telma* said...

muito obrigada Agonia. tenho andado muito parada. obrigada pela força.

quarta-feira, 27 junho, 2007  
Blogger Sá Reis said...

Olá
Há uma solução recomendável respira mais vezes, bem fundo.
Vais ver que oxigena por dentro e começa a curar por fora.
Nunca te esqueças de respirar.
Beijinhos.

sexta-feira, 20 novembro, 2009  

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